Como o próprio nome sugere, os superapps são plataformas que oferecem múltiplos recursos com funções diferentes, sendo os principais de delivery, transporte, comunicação e finanças. Ou seja, otimizando a experiência do usuário.
Desde quando surgiram no final da década de 90, os aplicativos móveis estão constantemente passando por transformações e reformulações. Anualmente, são mais de 140 bilhões de downloads de apps mobile nas principais lojas, a App Store e a Google Play – é como se cada ser humano do mundo baixasse 20 programas! Definitivamente, a aposta do segmento é nos superapps.
O primeiro SuperApp:
O primeiro app da categoria foi o WeChat, lançado em 2011 na China para troca de mensagens. Entretanto, começou a agregar tantas funcionalidades e se tornou tão popular, que o governo chinês passou a hospedar nele o documento de identidade digital dos cidadãos. Dessa forma o WeChat chegou a ser o app mais utilizado no país e, ainda hoje, recebe milhões de downloads mensais:

A média de usuários ativos diários parece ter se estabilizado naturalmente após os 12 anos de lançamento, com um leve aumento no último mês:

Cases de sucesso no Brasil:
Banco Inter
Aqui no Brasil, um bom exemplo é o app do Banco Inter, definido pela própria empresa como “um super app que simplifica a sua vida”, com conta digital PF e PJ, shopping, investimentos, seguros, delivery, planos de celular e outras funcionalidades, assim otimizando a experiência do usuário. Dessa maneira, no último mês, houve um crescimento de 21,79% nos downloads:

Todavia, para compreender o crescimento, analisamos as estratégias utilizadas pelo Banco Inter na web e percebemos que o site aumentou os investimentos em mídia paga de dezembro/2022 a janeiro/2023, o que pode ter impulsionado o número de downloads:

Agora, falando sobre a versatilidade na qual a marca vem apostando, ela pode ser observada até mesmo nas páginas mais acessadas do site do Inter, que incluem uma grande variedade de interesses, desde investimentos e contas globais até cashbacks.

Além disso, perceba a relação entre usuários mensais e diários: quase ⅓ de quem possui o app acessa o aplicativo todos os dias.

Em relação à retenção dos usuários ao longo do tempo, o app do Banco Inter permanece com valores acima da média geral do segmento de finanças. Pois teria relação com sua alta versatilidade e diferenciação frente ao mercado? É possível. Levando em conta que os usuários continuam utilizando a plataforma mesmo depois de semanas após terem feito o download.

Mercado Livre
Outro excelente exemplo brasileiro é o Mercado Livre, aplicativo de compra e venda que já conta com sua própria carteira digital e sistema de pagamentos, o Mercado Pago. Porque o app teve um crescimento de mais de 10% nos downloads em janeiro/2023:

Pois esse foi o mês em que a Americanas, uma de suas maiores concorrentes, anunciou a dívida de R$20 bilhões e perdeu 80% das ações e grande parte do tráfego online. Nesse cenário, o Mercado Livre se tornou o principal destino dos usuários da marca em crise, devido à alta sobreposição de audiência: 79,5% dos usuários da Americanas também acessam o site do Mercado Livre.

Perceba como, desde novembro/2022, o Meli vinha atingindo posições mais altas no ranking geral das lojas de aplicativos. Em janeiro/2023, após meses estagnado em #3 em Shopping e com toda a polêmica, conseguiu atingir o 2º lugar.

A marca também parece ter atingido um bom nível de estabilidade em número de usuários ativos. Assim como a audiência do Banco Inter, cerca de ⅓ da audiência do Meli utiliza o aplicativo todos os dias, revelando sua alta performance.

O nível de retenção do usuário ao longo dos dias também é bastante positivo, bem acima da média do mercado de Shopping:

Magazine Luiza
O último superapp analisado foi o do Magazine Luiza. A empresa começou com venda de eletrodomésticos, mas atualmente é possível encontrar até acessórios, roupas e comidas no aplicativo. Desta forma otimizando a experiência do usuário.
Nos últimos 6 meses, houve algumas oscilações no número de downloads. Porém de dezembro a janeiro tornou a crescer mais de 25% e atingiu um novo pico com mais de 4 milhões de downloads:

Note como, em dezembro e janeiro, as linhas do gráfico das posições ocupadas pelo app Magalu nas lojas de aplicativos quase se cruzam, indicando altas posições tanto no ranking geral quanto na categoria Shopping.

Só para se ter ideia, o Magalu chegou a ocupar o 4º lugar no ranking geral de aplicativos no dia 08 de janeiro, poucos dias após o anúncio da dívida que colocou a Americanas em xeque, o que evidencia os ganhos potenciais da marca com a queda da gigante vermelha:

Apesar disso, o Magalu possui a menor proporção de usuários ativos dentre os apps analisados: “apenas” ⅕ dos clientes mensais acessa o aplicativo todos os dias. Note também como o maior pico de atividade foi em novembro, mês de Black Friday e Copa do Mundo, pois o Magalu promoveu campanhas de vendas com TV’s com mais de R$1.000 de desconto e cashback:

O alto volume de acesso realmente não foi à toa, certo?

Por fim, a taxa de retenção do app Magalu, apesar de ser menor em comparação com as outras duas plataformas, também é acima do nível do mercado.

Conclusão:
Com todos esses insights, fica fácil entender porque os superapps estão em alta e cada vez mais empresas investem em novas funcionalidades para seus aplicativos. Porque além de agregar à experiência do usuário, a marca também se beneficia com a alta retenção, atividade e volume de tráfego. Afinal, sabemos que, em um ambiente tão competitivo quanto o digital, a atenção do consumidor é o principal ativo.